Vamos mobilizar

Por que o mercado web mobile é tão importante e ao mesmo tempo tão esquecido? E quais são as oportunidades nele? Leia aqui.

O mercado web mobile, ou em nosso bom e velho português, o mercado web na telefonia móvel está somente começando. Digo começando porque simplesmente as possibilidades permitidas por esta plataforma ainda engatinham e o que se faz financeiramente dentro dela é pífio perto do que estará acontecendo em alguns anos.

Não tenho dúvidas que em algum momento na próxima década o acesso à Internet pelo uso da telefonia celular ultrapassará todas e quaisquer outras formas de recebimento de informações. Poderemos ler facilmente e com mais qualidade notícias e informações, acessar serviços e claro, comprar. Alguns podem até dizer que isso já é possível nos dias de hoje mas o que vislumbro está muito além dos simplórios sistemas, websites e ferramentas existentes atualmente nos chamados “smartphones”. A integração será realmente total e dentro deste ambiente móvel, muito dinheiro poderá ser feito.

Poderá, veja bem, poderá. Ainda é uma boa aventura estar dentro da Internet móvel e algumas empresas já começam a fazer tímidas e pequenas visitas neste novo mundo. O custo muitas vezes proibitivo do desenvolvimento de aplicações, a exuberante fauna de opções de plataformas que precisam ser atendidas (até parece a velha briga de browsers), a infinidade de tamanhos de telas; tudo isso contribui para esta timidez.

Uns levantam a bandeira que está na hora de entrar no mobile. Para certas empresas esta hora inclusive já passou mas para outras ainda é chover no molhado. Quem atualmente pode se beneficiar com as conexões móveis são principalmente aqueles que precisam de informações corporativas que estão dentro de uma intranet ou extranet. Executivos e gerentes podem acessar seus documentos e dados diretamente de seus ERP’s e/ou CRM’s em qualquer lugar (exceto dentro do avião) e manter o serviço atualizado. Já outros, como é o caso da grande maioria dos websites de comércio eletrônico ainda não perceberam que colocar tudo dentro do smarthphone é de uma falta de senso tremenda. Fazer uma loja virtual de venda de camisetas para iPhone seria o mesmo que criar um tradutor automático para dialetos falados na Polinésia Francesa; tão útil que ninguém sabe para que serve (exceto se você deu uma escapadinha na noite e precisa urgentemente de uma camisa nova para chegar em casa).

De outro lado seria imensamente interessante, por exemplo, poder comprar uma pizza pelo celular ou até mesmo, quem sabe, um cachorro-quente para aqueles momentos de fome ou de gula desenfreada. Da mesma forma, enviar flores para a amada num rompante de carinho ou ainda fazer uma surpresa para um colega com algum mimo que seja também é algo para se pensar muito bem. Alguns produtos podem e devem ser vendidos no celular, outros não. Somente isso.

As tecnologias estão a cada dia facilitando mais a entrada de negócios no mundo móvel, as conexões cada vez mais velozes e penetrando em mais lugares (veja o metrô de São Paulo) e os custos destas mesmas conexões caindo vertiginosamente (claro, em outros países, não no Brasil). Tudo isso colabora para que o mercado cresça e se desenvolva mas ainda existem outros poréns que devem ser levados em consideração.

O custo de portar qualquer aplicação para a plataforma móvel, a falta de pessoas e empresas capazes desta portabilidade e finalmente o tiro no escuro neste momento que pode ser o negócio no telefone celular faz com que ainda sejam poucas as oportunidades de uso efetivo. Para as duas primeiras já existe no Brasil algumas opções (inclusive de software livre). A terceira diz respeito diretamente as duas anteriores. Enquanto os custos são proibitivos e os recursos escassos, pouco teremos nos smartphones.

Mas espere, nem tudo está perdido! Existem aplicações que já estão nos celulares e outras que, não se sabe porque ou por quem, deveriam estar. Exemplo claro são as aquisições de ingressos para cinema e outros eventos. Muito mais fácil que pegar uma bilheteria lotada é acessar um website e fazer a aquisição do ingresso (que inclusive nem precisa ser impresso se a rede de cinemas for inteligente). Quer coisa melhor que aquele cliente passeando no shopping de bobeira comprando uma entrada para a sessão que começa dentro de 10 minutos? Ou ainda encontrar um determinado caixa eletrônico, farmácia ou carrinho de cachorro quente numa madrugada qualquer de São Paulo? Ou quem sabe uma imobiliária que pode apresentar as fotos e informações de um apartamento diretamente no celular do futuro inquilino que está diante do prédio mas passou o horário comercial de atendimento?

Para entrar no mundo móvel não basta somente querer e ter dinheiro. É preciso também ter idéias e ver o mundo com outros olhos, afinal, já que as “telinhas” estão cada vez mais sofisticadas e inteligentes, não se aproveitar delas e conquistá-las (bem como a seus donos) é uma tremenda falta de sendo de oportunidade? Inovação e imaginação, duas palavras-chaves no mundo “mobilizado”.

3 comentário em “Vamos mobilizar

  1. Leandro

    Às vezes eu tenho a impressão de que essas coisas vem em ondas tão peculiares que, no momento em que passam, ninguém consegue desenvolver uma prancha capaz de surfá-las 😉 Parece que sempre falta alguma coisa. Claro, acessibilidade em termos de custo certamente é uma delas.

    Em 2003, na “época quente” dos handhelds, participei de um projeto no qual fui responsável pela programação de um modelo da IBM lotado de recursos para sua época, que rodava PalmOS 3.5.

    Ao término do projeto, muito bem sucedido por sinal, acreditávamos que iriamos nos posicionar confortavelmente no mercado, pois naquele ano havia poucas empresas que tinham domínio desse tipo de tecnologia.

    Como sou da parte que mete a mão na massa e não faço política, não sei dizer ao certo o que faltou para que fossemos para a frente neste setor. O fato é que este foi o único projeto mobile que a empresa desenvolveu e, aparentemente, as demais empresas que investiram nisso também não foram muito longe.

    O mercado de handhelds (leia-se Palm e Windows CE), hoje, existe de fato. Contudo, sempre foi e ainda é inexpressivo, mesmo após tanto tempo. Acredito que com os celulares possa ser um pouco diferente por conta do custo (alguns, pelo menos). Para ser franco, não sei. Mas, estou com um pouco daquela sensação de déjà vu ^^

    Abraço,
    Leandro

  2. bolsas femininas

    Estou tentando adicionar seu site no Google Reader mas estou recebendo uma mensagem de erro, você está informado sobre qualquer problema?

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