Bendito dia! Final de FISL, todo mundo cansado e chega aquele nunca visto com o discurso de traição. É verdade, trair e coçar é só começar. E se é pra começar, nenhum lugar melhor que o mais famoso evento da comunidade brasileira de software livre.
- Eu traí? Por quê?
- Você traiu o movimento, véio. Você usa Mac!
- Hááá, é por isso? Mas o Mac roda Linux, roda OpenOffice, roda…
- NÃO IMPORTA!, você é impuro!
Vou saindo de fininho, escada rolante abaixo para não ser açoitado pelo zebu vitimado pela síndrome larms (A la RMS). Infelizmente as pernas de meu pinguim são curtas e não dão conta de desviar dos chifres do GNU com olhos vermelhos pelo sangue da vingança. Com a barulheira chegam mais vítimas da mesma síndrome (será que a ANVISA não cuidou do problema?) que se juntam ao primeiro na caça as bruxas, ou melhor, ao pinguim.
Tento argumentar que não é o hardware que faz o pensamento mas não tem conversa. Querem a todo custo (agora uma manada toda) pegar o Macbook, depená-lo e deixar somente o disco rígido. Pior; sem nenhum dado pois dizem estar infectado pelo vírus do hardware proprietário. E vírus agora também leva a denominação de proprietário? Na mesma hora tiro o celular do bolso para pedir auxílio ao IBAMA e não ser pisoteado quando vêem mais um símbolo do pecado em minhas mãos; um iPhone preto reluzente (ou seria “preto piano”?), peça totalmente herege.
- Um iPhone? Seu vendido! Vamos excomungá-lo!
- Calma! É simplesmente um aparelho.
- Não é não! É obra do diabo dos empregos (Jobs)
E vira alvoroço! É mouse para um lado, cabo de força para outro, roteador, fone e até mesmo uma placa de 286 apareceu no meio. A muvuca vai se formando e chegam outros de várias tribos para participar do julgamento e execução. Até a fogueira armaram com CD’s da Microsoft e manuais de Oracle. Jogam álcool (porque gasolina é dos porcos imperialistas) e ameaçam a cremação diante das beldades da PUC. Neste momento, a salvação. O velho cachorro louco aparece trazendo sob seus braços seu inseparável laptop IBM e profetiza: aqueles que nunca foram proprietários que atirem a primeira pedra.
A multidão se contém (para alegria de poucos e tristeza de muitos) e o sermão continua: comunidades devem ser democráticas onde todos tem direito de opinar e decidir o que é melhor para si mesmos. Precisamos conter atitudes que mancham a imagem de todos aqueles que acreditam no software livre. Não são máquinas ou equipamentos que modificam as pessoas, mas sim suas atitudes de tolerância e compreensão diante dos outros.
No meio da patota alguém mostra uma foto autografada e adquirida por cinco reais para dizer: este aqui nunca foi proprietário! E outro retruca: nunca foi e também nunca toma banho! Pronto, lá está a pancadaria armada novamente.
E eu? Escorrego pela lateral agradecendo o cachorrão: thank’s man! Today, you’re God!
HAHAHAHAHHAHHAHA
Vi a cena como se fosse real =)
hahahaha assim mesmo! GNU é igreja, religião! Não devemos levar a sério todos os crentes do GNU.