Como fazer a sincronização e/ou backup de dados entre máquinas usando SSH sem senha.
Pode parecer estranho o título do tutorial. E é estranho mesmo. Mas pior seria o verdadeiro título como “rsync utilizando SSH sem que você tenha que digitar a senha de acesso todas as vezes que rodar o script”. Como este título seria muito grande, resolvi abreviar e explicar ao longo do tutorial.
Todos nós temos a necessidade de fazer cópias de segurança (ou backup) de informações, sejam estas entre estações e um servidor, entre servidores ou até mesmo entre estações. O Linux* conta com várias ferramentas interessantes para estas tarefas, sendo uma delas o rsync, um pequeno aplicativo que permite a cópia de arquivos de uma máquina para outra de forma segura.
Não estarei aqui discutindo como usar o rsync mas sim como permitir que um script acesse um servidor ou outra máquina sem que o usuário tenha que digitar a senha de acesso, podendo assim agendar o script para que seja executado de tempos em tempos.
Como fazer
Para que não seja necessário informar a senha todas as vezes que vamos fazer uma cópia dos arquivos de uma máquina é preciso exportá-la para a máquina remota. Com isso, a máquina local (que irá receber os arquivos), pode sem complicações fazer executar os comandos necessários para a operação.
Para exportar a senha, use os seguintes comandos:
# ssh-keygen -t dsa -f ~/.ssh/id_dsa
# cat ~/.ssh/id_dsa.pub | ssh root@maquina_remota
‘cat – >> ~/.ssh/authorized_keys’
# cat ~/.ssh/id_dsa.pub >> ~/.ssh/authorized_keys
A primeira linha faz com que seja criada uma chave DSA e esta seja armazenada no arquivo id_dsa. Observe que neste caso está sendo usado o parâmetro DSA devido ao suporte ao SSH versão 2. Se seus sistemas somente suportam SSH versão 1, mude esta opção para rsa1
As outras duas linhas colocam a chave criada dentro do arquivo de chaves autorizadas tanto na máquina que serve os arquivos quanto na que recebe. Na segunda linha troque maquina_remota pelo endereço IP da máquina que vai servir os arquivos.
Pronto! Agora podemos criar um script para fazer a cópia dos arquivos:
#!/bin/bash
#
# backup.sh
#Script para fazer copia de arquivos do servidor para a maquina de backup
#
# Criado por Paulino Michelazzo – paulino@michelazzo.com.br
# Versao 1.0 – marco/04
#
#
rsync -avz root@maquina_remota:/origem_dos_dados/ /destino_dos_dados/
E podemos agendar para que este script seja executado todas as madrugadas as 2 da manhã, colocando a seguinte linha dentro do arquivo /etc/crontab
0 2 * * * root /etc/backup.sh
Pronto! Agora todos os dias as 2 da manhã, os arquivos da máquina remota serão copiados, em suas últimas versões/alterações para a máquina de destino (ou local), permitindo que, em caso de qualquer problema, estes possam ser colocados novamente nos seus devidos lugares.
Incrementando o script
Uma reclamação existente é que não existe um arquivo de log para o acompanhamento do que foi feito pelo script. Mas este problema pode ser resolvido com um redirecionamento de saída de tela para um arquivo, da seguinte forma:
#!/bin/bash
#
# backup.sh
#Script para fazer copia de arquivos do servidor para a maquina de backup
#
# Criado por Paulino Michelazzo – paulino@michelazzo.com.br
# Versao 1.0 – marco/04
#
#
SYNC_LOG=/var/log/rsync.log # local onde o arquivo de log sera armazenado
# Delimitador de entrada de log
echo “******************************” >> $SYNC_LOG
date >> $SYNC_LOG
echo “Inicio da sincronizacao” >> $SYNC_LOG
rsync -avz root@maquina_remota:/origem_dos_dados/
/destino_dos_dados/ >> $SYNC_LOG
echo “Fim da sincronizacao” >> $SYNC_LOG
echo “******************************” >> $SYNC_LOG
Com as alterações acima propostas, todas as saídas do script serão redirecionadas para o arquivo /var/log/rsync/log, o qual poderá ser lido com qualquer editor de sua preferência, sendo que as informações relativas a execução do script ficam entre os comentários Início e Fim da sincronização.
Outras mudanças podem acontecer, tais como escolher somente alguns arquivos ou um a inclusão de vários outros diretórios no mesmo script para a operação de backup. Estas mudanças podem ser implementadas por qualquer um da forma que for mais conveniente para cada cenário.