Não foi hoje a primeira vez que o software livre apareceu na Forbes, revista americana voltada ao capitalismo. Querendo ou não, é uma das publicações mais lidas quando fala-se em economia principalmente por suas listas dos mais ricos, das maiores companhias, dos carros mais caros e de tudo aquilo mais que possa ser listado.
Na lista das cem mais promissoras companhias americanas publicada nesta semana está a Acquia, uma pequena empresa hoje baseada em Portland, fundada por Dries Buytaert, o criador do CMS Drupal. Na posição de número 41, ela sai da caixa com cerca de 15 milhões de dólares em conta e cinquenta funcionários que desenvolvem e suportam aplicações para clientes como Twitter, Al Jazeera, Casa Branca, Departamento de Defesa americano, eBay, Reuters, Fox e outros. Num modelo de SaaS (software como serviço), o destaque fica pelo pouco tempo de vida da empresa, os produtos criados com a plataforma Drupal e o tamanho dos clientes que atende.
Paralelamente, a empresa continua participando ativamente da comunidade em torno do código do CMS, usando e devolvendo para esta muito do que é criado (se não tudo) dentro de seus escritórios. Com isso, o ciclo do software livre não é quebrado e responde de forma real para muitos a questão de ser possível ou não fazer dinheiro com o software livre, algo que venho há anos afirmando.
De outro lado, o projeto Drupal não pára. Considerado um dos três principais gestores de conteúdo open source (ao lado do WordPress e Joomla!), sua curva de adoção cresce ano a ano de forma sólida e constante, deixando inclusive para trás seus concorrentes em vários quesitos, como é possível observar no relatório 2011 Open Source Market Share Report, publicado recentemente pela Water&Stone, empresa especializada neste mercado (e que vale a pena ser lido).
Dentro de terras tupiniquins também é observado o crescimento do CMS, tanto em sua comunidade de usuários quanto na quantidade de empresas que o adotam como principal plataforma de gestão de conteúdo. Mas devido a fatores principalmente culturais, este mercado ainda é pouco explorado no país, fato que retarda este crescimento mesmo diante das oportunidades apresentadas, sejam elas para empresas que desejam adotar o Drupal, sejam para desenvolvedores que visualizam uma nova oportunidade. Resumidamente o mercado existe mas falta abraçá-lo com soluções “não caseiras” ou “não amadoras”.