Pronto, finalizei minha tarefa como avaliador de palestras do 10° FISL – Fórum Internacional de Software Livre que será realizado em Porto Alegre no mês que vem. Uma tarefa complicada porque uma das trilhas que avaliei possui mais de 50 propostas de palestras.
Explicando o funcionamento
Todos os anos, algumas pessoas são convidadas para serem avaliadores das palestras submetidas ao evento. Normalmente são pessoas que já palestraram no FISL ou ainda aqueles que notoriamente possuem conhecimento dos assuntos abordados.
As propostas de palestras enviadas são distribuídas em trilhas de acordo com temas principais, tais como desenvolvimento, inclusão digital, sistemas operacionais e por ai vai. São nestas trilhas que os avaliadores trabalham, escolhendo aquelas que mais possuem conhecimento ou que se sentem mais confortáveis para avaliar.
Esta avaliação é realizada levando-se em conta vários pontos: apresentação da palestra (o abstract e resumo), o curriculum do(s) palestrante(s) para o domínio do tema, se a palestra está na trilha certa e se tem relevância com o evento. Depois, as notas são computadas e pesadas de acordo com uma fórmula que escolhe as palestras que serão apresentadas.
Este certamente é um processo muito democrático e interessante. Vi nomes de pessoas já conhecidíssimas dentro de minhas áreas e também de desconhecidos que trabalham com certa tecnologia ou área que nunca tinha ouvido falar. Todos com os mesmos pesos e mesmas formas de avaliação. Com isso, tanto o desconhecido quanto o popstar tem condições de participar do evento.
Mas o que me deixou estarrecido foi a quantidade de propostas sem os curricula dos palestrantes. Como é que posso saber se o cara domina mesmo o tema ou se não vai fazer barbeiragem no evento? O efeito colateral disso é que muitas vezes a palestra é de um ótimo tema, a apresentação muito boa mas infelizmente perde pontos por não saber quem é o palestrante. Se é o Maddog, vá lá, mas…
Com isso, o evento perde, a audiência perde, o software livre perde. Todo mundo perde por descaso. Uma lástima.
Quem sabe ano que vem os palestrantes enviam os curricula completos?