Desde os primórdios da computação, esta é uma área tipicamente masculina. Entretanto, esta masculinização da área aconteceu devido a vários fatores sociais e culturais e não por incapacidade ou desinteresse das mulheres.
No início da década de 60, os Estados Unidos, tal qual o Brasil, ainda possuíam o estigma “lugar de mulher é na cozinha” e somente em 1967 foi retirado da Constituição Brasileira um artigo que determinava que as mulhares não trabalhassem.
Desta forma, as mulheres tinham pouco acesso a centros de pesquisas ou trabalhos relacionados a esta área do conhecimento. Ser professora já era difícil, imaginem engenheira.
Em um extenso documento sobre o assunto, a Dra. Ellen Spertus, do Massachussets Institute of Technology (MIT), trabalha com todos estes pontos e, inclusive, com a análise entre brinquedos usados por meninos e meninas, em suas infâncias. Brinquedos estes que são carregados de diferenças e que contribuem para a grande vantagem masculina, dentro da área de ciências, principalmente.
Hoje, o mercado mudou muito, mas ainda existe o sexismo ferrenho dentro da área de tecnologia. Mulheres são menos valorizadas, têm rendimentos menores e, muitas vezes, passam por “apertos”, inpensáveis para os homens. Se não bastasse isso, ainda são as “mulheres maravilhas” que precisam ter dupla jornada, tanto em casa como nas empresas. Mas, nem tudo está perdido. Pode-se observar uma intensa ascensão das mulheres nos postos gerenciais, onde se faz necessário o jogo de cintura que possuem naturalmente.
O avanço feminino também ocorreu em áreas como as de desenvolvimento técnico, suporte etc. Tive a oportunidade de conhecer várias mulheres que trabalham com a implantação de software de gestão e que se deram muito melhor que homens, seja pelo fato de se atentarem aos detalhes (muito comuns neste tipo de função), seja pelo fino trato que dedicam com os clientes, principalmente quando estes precisam ser ouvidos em seus anseios e vontades.
Para os homens que podem ter uma mulher no comando, a experiência é a melhor possível. Sempre atenciosas mas firmes, fazem com que as tarefas possuam uma outra abordagem. Aprende-se a cuidar tanto do macro quanto do micro, dando atenção às duas partes, ao mesmo tempo. Como companheiras de trabalho, também podem ensinar muito, desde como se vestir e se portar numa reunião até como fazer um código limpo e organizado.
Resumindo, mulheres, à luta! Espaço existe, com tantos benefícios e remunerações como os dos homens. Embates são frequentes, para que se cavem posições e projeção, mas nada que elas não tirem de letra. Aos homens basta aprender com elas.