Em 2011 o Linux fez 20 anos de vida. De um pequeno projeto pessoal a dominar a lista dos 500 maiores supercomputadores do mundo foi uma estrada e tanto, cheia de percalços, desvios e desafios de todos os tipos. Mas ele chegou e não somente nessa lista; chegou em todos os lugares possíveis, inclusive naqueles que não imaginava como no espaço. Nada mal para um “quase senhor”.
Mas interessante é vê-lo, sem muito alarde, acompanhando a sociedade para qualquer lugar que ela caminhe. Estamos vendo uma velha forma de computação embrulhada em papel novo (nuvens) tirando os melhores proveitos possíveis do Linux enquanto, de outro lado, pequenos mas poderosos computadores de mão (aquilo que chamam de smartphone) aproveitam-se de sua imensa flexibilidade para fornecer aos usuários uma melhor experiência no uso dos milhares de giga-hertz portáteis com acesso a grande rede. E não pára por aí. Áreas tão importantes quanto a medicina também tiram proveito das mesmas características para facilitar o diagnóstico de enfermidades e ampliar pesquisas para a cura de doenças, coisa inimaginável há vinte anos.
Decerto que, para os ainda céticos (acredite, existem muitos) de suas capacidades, o Linux continuará sendo uma pedra no sapato e não só ele, o ecossistema do software livre como um todo. Sim, porque falar de Linux sem falar de software livre é o mesmo que falar de macarronada sem molho. O software livre no contexto geral participa também deste cenário atingindo alguns novos marcos como ultrapassar o servidor web da Microsoft deixando-o em terceiro na Internet e até mesmo levar para a mão de nós, meros mortais, a capacidade de criar não somente software, mas também hardware livre e aberto para qualquer tipo de aplicação.
No ano que inicia-se logo mais (porque no Brasil, só depois do carnaval), será possível ver o software livre muito mais próximo, seja dentro de aparelhos de televisão ou media centers, seja dentro dos veículos gerenciando não somente a parte de entretenimento e informação, mas também de navegabilidade e segurança. Na internet, continua sua adoção com os navegadores Firefox e Chrome, CMS’s como Drupal, Joomla! e WordPress e claro, todo o suporte a IPv6 e DNS com os famosos jogadores by Linux.
No cenário profissional o vento também sopra bem. Desenvolvedores de linguagens livres estão sendo caçados no mercado a preço de ouro (ou de arroba, como queira) e com o crescimento da internet em todos os sentidos, oportunidades não faltarão. Para aqueles que adoram coisas móveis, nem só de Objective-C vive o mundo. Qualquer um com conhecimento na plataforma Android pode ser convidado a ter uma conta corrente um pouco mais gorda em 2012.
Assim, com todo este rio de esperança para o software livre, você realmente está preocupado que o mundo irá acabar em 2012? Aproveite-o e aguarde pois pode ser que os maias tenham se equivocado.
Artigo originalmente publicado na Revista Espírito Livre n° 33. Você pode fazer o download da revista no site oficial aqui ou ainda no mirror aqui.